Retira-te do meu palco.
Aqui finda teu espetáculo
Que há muito foi túrbido,
Mas enfim torna-se lúcido
E partirás como veio,
Na fragilidade e no anseio
Na pobreza do meu ser,
Que esquecera de viver.
Que perdido encontrara,
Indagando a madrugada,
- Quão fiz de errado?
Foi que ouvira teu chamado
Adentrei em teu abraço,
Na falsidade do teu amparo,
E dizia-me que tinha a cura,
Pro padecimento da amargura.
Fui mergulhando no abismo,
E tu, tomando meu protagonismo,
Por fim, roubaste todo o espetáculo.
Está acabado nosso vínculo!
Eu reescreverei meu roteiro,
E nos teus braços traiçoeiros,
Não mais repousarei Dragão,
Agora faz-se minha, a atuação.
(Laís Portela)